Olhe para um relógio e espere passar apenas 17 segundos. Pronto, uma nova tentativa de fraude acabou de acontecer em algum lugar do Brasil. Ao menos é essa a conclusão de um levantamento feito pela Serasa Experian.
De acordo com seus dados, o país teve ao longo dos cinco primeiros meses de 2017 uma média de uma tentativa de fraude a cada 16,8 segundos.
Ao todo, entre janeiro e maio deste ano, foram 782.244 tentativas dessa natureza, sendo que a maior parte delas (38,6%, ou seja, mais de 300 mil tentativas) visou o segmento de telefonia.
Nesse caso, os dados de consumidores são usados de maneira indevida por criminosos para abrir contas de celulares ou para comprar aparelhos.
Pior ainda, as fraudes em telefonia também funcionam como porta de entrada para outras fraudes de valor maior, já que essas informações também são utilizadas para fazer cartões de crédito, financiamentos e até para a abertura de empresas.
Depois do setor de telefonia, os setores de serviços (29,8%); bancos e financeiras (23,9%); e varejo (6,1%) foram, respectivamente, os mais afetados. Os demais segmentos somam uma parcela de 1,6% das tentativas de fraudes.
Números de maio
Dessas mais de 780 mil tentativas registradas nos primeiros cinco meses do ano, o mês de maio registrou 164.988. Isso representa um aumento de 19,7% em relação ao mês anterior (abril), quando o indicador apontou 137.856 tentativas.
Já na comparação com maio de 2016, o crescimento nas tentativas foi de 12,3%.
Sujando o nome
Por conta dessas ações criminosas, milhares de brasileiros acabam vendo seus nomes entrarem em cadastros de inadimplência de maneira injusta, por conta de compras e empréstimos que não fizeram.
Foi o que aconteceu com a analista de recursos humanos Luana da Silva Barbosa, que está com o nome sujo desde o começo do ano.
Ela só percebeu que algo estava errado ao receber um e-mail de uma loja onde faz compras com uma nota fiscal de um celular de R$ 1.500 que ela não adquiriu.
“Achei estranho que eu não tinha feito nenhuma compra naquela loja. Então liguei pra lá pra poder dizer que se tratava de engano e realmente fizeram uma compra numa loja física em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, num local onde nunca estive na minha vida”, relata Luana, que mora em São Paulo.
Entretanto, esse não foi seu único problema, já que a analista começou a receber faturas de mais cinco linhas telefônicas que nunca contratou desse mesmo endereço. Algumas dessas faturas passavam de R$ 2 mil.
Essa situação ainda gerou problemas para que Luana, que está desempregada, consiga uma recolocação profissional.
“Como eu sou da área de recursos humanos, trabalho com folha de pagamento, muitas empresas têm o procedimento de consultar pra ver se não tem o nome sujo. E aí, conforme algumas constam, eu perco oportunidade. Então além de distribuir currículo eu estou distribuindo boletim de ocorrência e contestação de compras para poder comprovar que eu de fato não devo nada”, lamenta.
Fonte: G1
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